Figura: Fonte original
Este é um dos poemas mais lindos que eu já li em toda a minha vida. Ele simboliza a ligação espontânea e feliz entre duas pessoas que se encontram e decidem, explicita ou tacitamente, compartilhar suas vidas, seus corpos e sua alma. Um lindo poema-mito-pacto de amor!!! Um poema universal e atemporal, assim como o amor, que não pode ser classificado de antigo, moderno ou atual.
Conta Lin Yutang que este símbolo foi expresso por uma senhora chinesa de nome Kuan, esposa do grande pintorYüan Chao Mengfu, e também pintora e mestra na Corte Imperial. Quando maduro ambos e já ia arrefecendo o ardor de Chao, ou pelo menos já pensava em toma u’a amante, escreveu ela este poema, que penetrou o coração do marido e mudou-lhe as intenções:
“Há entre nós ambos
demasiada emoção.
tal é o motivo
Do que tem havido!
Toma um bocado de argila,
molha-a, amolga-a,
e faze uma imagem minha
e uma imagem tua.
Toma-as então, rempe-as
e adiciona-lhes um pouco de água.
Transforma-as de novo
em uma imagem tua
e uma imagem minha.
E então haverá na minha argila alguma coisa tua
e na tua argila alguma coisa minha.
E jamais coisa nenhuma nos há de separar
vivos, dormiremos na mesma cama
e, mortos, na mesma sepultura,”
...e não me acuse se ser romântica, eu não terei como nem porque me defender!!
Fonte: YTANG, Lin. A importância de viver. 2. ed. Globo, Porto Alegre, 1941 [tradução: Mário Quintana]
Um comentário:
De fato! Muito lindo!
quanto bom gosto, heim!?
Respeitoso abraço!
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