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sábado, 4 de setembro de 2010

... para ser universal não é preciso situar-se no centro do mundo - Milton Santos

Fui realmente apresentada ao Milton Santos pelo Luis Frota. O Milton, e o Luis também, é um brasileiro extraordinário. Digo é - com relação ao Milton -, porque uma pessoa continua viva enquanto suas ideias inspirarem vida! Há pessoas eternas!!!




Lendo e pensando sobre a “tensão entre o universal e o internacional se encontra na raiz de nossa necessidade de legitimar a cultura brasileira”. Explicitando, dizia ele:



"A questão central que nos ocorre, sobre a nossa interpretação de nós próprios, nesses chamados 500 anos de Brasil, é a seguinte: é possível opor uma história do Brasil a uma história europeia do Brasil, um pensamento brasileiro em lugar de um pensamento europeu ou norte-americano do Brasil, ainda que conduzido aqui por bravos ‘brazilianists’ brasileiros? Não se trata de inventar de novo a roda, mas de dizer como a fazemos funcionar em nosso canto do mundo; reconhecê-lo será um enriquecimento para o mundo da roda e um passo a mais no conhecimento de nós mesmos. Ser internacional não é ser universal e para ser universal não é necessário situar-se nos centros do mundo. Inclusive pode-se ser universal ficando confinado à sua própria língua, isto é, sem ser traduzido. Não se trata de dar as costas à realidade do mundo, mas de pensá-la a partir do que somos, enriquecendo-a universalmente com as nossas ideias, e aceitando ser, desse modo, submetidos a uma crítica universalista e não propriamente europeia ou norte-americana." (apud Maria Luisa Angelin e M. Alexandra Militão Rodrigues. Evoluindo e Gerando Conhecimento.)

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