Salve 10 de julho! 100 anos do nascimento do Mestre Vitalino.
Demos viva! Ao Mestre Vitalino
Que com arte enricou nossa cultura *
Arquiteto de um mundo sem par
Construído de barro e sentimentos
Modelaste os quatro elementos
Uniste fogo, água, terra e ar
Nova vida deste ao teu lugar
Libertando os teus da vida dura
És a gênese da arte bela e pura
Foste Deus, foste homem e menino
Demos viva! Ao Mestre Vitalino
Que com arte enricou nossa cultura
O teu sopro no barro trouxe vida
O teu sopro no “pife” trouxe dança
Nele, o Alto do Moura se balança
E pro teu povo surge nova lida
É a terra modelada e cozida
Aos poucos ganhando formosura
Arte livre brotando com fartura
Um tesouro do solo nordestino
Demos viva! Ao Mestre Vitalino
Que com arte enricou nossa cultura
Dez de julho, enfim, és relembrado
Tua terra acorda e rememora
Caruaru sente saudade e chora
O filho ilustre às vezes desprezado
E consagra quem teve ao teu lado
Defendendo nossa arte com bravura
Zé Caboclo, que fez nova leitura,
E a magia ímpar de Galdino
Demos viva! Ao Mestre Vitalino
Que com arte enricou nossa cultura
Evaldo Araujo, 10 de julho de 2009
* Mote do Poeta Jorge Filó
Sabe você o que vê o olhar brilhante do saruê? *** Eu me diluo e me construo em cada palavra que escrevo, talvez um dia consiga montar o meu perfil mais verdadeiro...
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sexta-feira, 10 de julho de 2009
OLHOS DE SARUÊ
Anabe Lopes
Era uma noite serena
Veja só o que aconteceu
Já tarde me recolhendo
Meu entes queridos e eu
De repente lá no quintal
Um mistério sucedeu
Latia inquieta a Pretinha
No velho pé de mangueira
Corri lumiar com a lanterna
A fim de quebrar a cegueira
Em noite que é tão escura
Lampião, lamparina é pasmaceira
Dormia no alto da gaiada
Um casal de guarnizé
Que gente que vem da roça
Sabe o senhor como é
Sertão cravado no peito
Da roça só tira o pé
Pois tavam lá os bichinhos
Doidos a cacarejar
A gente espiava com jeito
E nada podia encontrar
Quando é fé, vi no cantinho,
Dois pontilhos clariar
Com pouco mais de vagar
Eis que vi aparecer
A coisa mais linda do mundo
Que bicho gente pode ver
Brilho, encanto e beleza:
Dois olhinhos do saruê
Do saruê do cerrado
Do plano-alto central
Que gente vem invadindo
Com fúria descomunal
Destruindo flora e fauna,
No próprio peito o punhal
Saruê ou guarnizé
Havia eu de escolher:
O que vive e o que morre
Oh tristeza, pense você!
Fiz assim minha opção
Nenhum dois dois vai morrer!
Olhem vocês meninada
O olhar deste bichinho
Que só quer sobreviver
Neste mundo tão mesquinho
Precisa se alimentar
E um pouco de carinho
Foi assim naquela noite
Resolvida a questão
Em meio a tanta agonia
Fizemos nossa opção
Protejam-se as penosas
Saruê não matem não!!
Era uma noite serena
Veja só o que aconteceu
Já tarde me recolhendo
Meu entes queridos e eu
De repente lá no quintal
Um mistério sucedeu
Latia inquieta a Pretinha
No velho pé de mangueira
Corri lumiar com a lanterna
A fim de quebrar a cegueira
Em noite que é tão escura
Lampião, lamparina é pasmaceira
Dormia no alto da gaiada
Um casal de guarnizé
Que gente que vem da roça
Sabe o senhor como é
Sertão cravado no peito
Da roça só tira o pé
Pois tavam lá os bichinhos
Doidos a cacarejar
A gente espiava com jeito
E nada podia encontrar
Quando é fé, vi no cantinho,
Dois pontilhos clariar
Com pouco mais de vagar
Eis que vi aparecer
A coisa mais linda do mundo
Que bicho gente pode ver
Brilho, encanto e beleza:
Dois olhinhos do saruê
Do saruê do cerrado
Do plano-alto central
Que gente vem invadindo
Com fúria descomunal
Destruindo flora e fauna,
No próprio peito o punhal
Saruê ou guarnizé
Havia eu de escolher:
O que vive e o que morre
Oh tristeza, pense você!
Fiz assim minha opção
Nenhum dois dois vai morrer!
Olhem vocês meninada
O olhar deste bichinho
Que só quer sobreviver
Neste mundo tão mesquinho
Precisa se alimentar
E um pouco de carinho
Foi assim naquela noite
Resolvida a questão
Em meio a tanta agonia
Fizemos nossa opção
Protejam-se as penosas
Saruê não matem não!!
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