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terça-feira, 28 de setembro de 2010

A poesia praxis de Mario Chamie, em verso e prosa de Rego Júnior

Quando me encontrares na Praxis de sua vida
Fitando seus olhos
Como quem joga bolinha de gude
Me balançando na gangorra
de sua sedução
Subindo pra escorregar- sem- dor
Por favor, me Chaime.
regio junior


Sobre Mario Chaime, ensina o professor e poeta
Rego Júnior : um poeta moderno que crio um tipo de poesia chamada de praxis
A poesia-práxis foi um movimento liderado por Mário Chamie, que a partir de 1961 começou a adotar a palavra como organismo vivo gerador de novos organismos vivos, ou seja, de novas palavras. Surge como dissidência da Poesia concreta.
O poema do Concretismo tem como característica primordial o uso das disponibilidades gráficas que as palavras possuem sem preocupações com a estética tradicional de começo, meio e fim e, por este motivo, é chamado de poema-objeto.

Outros atributos que podemos apontar deste tipo de poesia são: - a eliminação do verso; - o aproveitamento do espaço em branco da página para disposição das palavras; - a exploração dos aspectos sonoros, visuais e semânticos dos vocábulos; - o uso de neologismos e termos estrangeiros; - decomposição das palavras; - possibilidades de múltiplas leituras.

A comunicação através do visual era a forma de expressão de todas as poesias concretas. No entanto, houve particularidades que diferenciavam os poemas deste período em tipos de poesias. Assim, a poesia de Mario Chamie surge, revalorizando o ritmo, a palavra, o verso, sem abandonar o uso paranomásico dos fonemas.

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sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Gente

Gente
Composição: Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle

Gente que entende que não deve dar
Porque nunca na vida sofreu por não ter
Deus quando fez esta terra pra gente
Pensou em fazer tudo bem diferente

Não que eu queira ter muita coisa demais
Quero é ter um pouco de paz
Quero apenas ter um lugar pra morar
Porque, veja bem, há quem tem
Sem saber, mais de cem

Pode até mesmo o Senhor se zangar
Então, vir para a Terra, pra tudo mudar

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Eu canto o corpo elétrico

1

Eu canto o corpo elétrico
Os exércitos daqueles que amo enlaçam-se e eu a eles
E não me deixarão até que eu os atenda ou os siga
E os purifique e os imante com a aura da alma.

Duvidou-se algum dia que quem corrompe seu corpo anula seu ser?
E que aqueles que profanam os vivos sejam piores que os que profanam os mortos?
E se o corpo não faz tanto quanto a alma?
E se em não sendo o corpo alma, que será ela?

(...)

Walt Whitman (Tradução; Ramsés Ramos)

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Olhos de saruê: Tribal voice

Olhos de saruê: Tribal voice

Tribal voice

Quando todas as tribos tiverem voz, os homens entenderemos que somos uma só tribo!!

Não deixer de assistir a este video, compartilhado pelo Luis Frota no Facebook!! É so copia o link a seguir e colá-lo no seu navegador.

http://www.youtube.com/watch?v=XZ-hbpWlXNQ&feature=related


Anabe

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

É tempo de construir um só Brasil

Há duas semanas levantei-me no sábado pela manhã e fui ató o caixa rápido do Banco do Brasil localizado em Taguatinga, cidade satélite do Distrito Federal. Como ando sempre com minha pequena câmera na bolso, pude, não sem dor, fotografar estes dois brasis: o Brasil da propaganda e o Brasil real, dispostos um defronte pro outro.

Dois brasis. by Anabe Lopes. Agosto/2010


Eis o Brasil que dorme no chão; o Brasil que come das migalhas do capitalismo; o Brasil sem emprego; o Brasil sem escola; o Brasil sem lazer; o Brasil que està para ser visto, mas que a maioria de nós finge que não vê, escondendo sob o escudo do "isso não é comigo" e é o  Governo quem deve cuidar das crianças e dos jovens. Mas os governos são eleitos por nós. E todos precisamos agir para emprestar a essas pessoas a nossa voz. É preciso denunciar as desigualdades, porque vivemos no mesmo espaço e somos interdependentes. A solidariedade é condição de sustentabilidade da estrutura social e do planeta.

Todos somos um e a todos cabe a responsabilidade de conscientizar as novas gerações sobre esta inegável interdependência entre todos os seres humanos e todas as formas de vida no planeta. Enquanto nos calamos, as elites se fortalecem na ilusão de que tendo muito serão melhores e intocáveis. E para assegurarem sua hegemonia usam as pessoas menos favorecidas economicamente como trampolim para saltarem cada vez mais alto. Elas o chamam "os pobres", a quem querem sermpre pobres e úteis aos próprios projetos de grandeza e dominação. Com a máscara da paternalismo finge que dão aos "pobres" o que é deles retiram.

Há algum tempo, ouvi o Arruda discursar construindo a imagem da "bondade" do governo Arruda de, contruindo unidades esportivas, permitir ao "pobre" o acesso ao esporte. Este uso ideológico da palavra "pobre", identificado no discurso desse tipo de político, que ainda domina o cenário de Brasília e do Brasil, tende a perpetuar o sentimento de menos valia diante da sociedade e a escravizar as consciências pela geração e manutenção de um sentimento de gratidão, quando na verdade, o acesso ao esporte, ao lazer é direito assegurado pela Constituição e esses mesmos políticos são os que os espoliam ao desviarem recursos públicos da educação, da saúde, da infra-estrutura.

"As desigualdades e as injustiças precisam ser denunciadas, porque sozinho o mundo não  vai melhorar". Estas palavras de Henrique Rattner, em O resgate da Utopia (p.14) deve estar em nossas mentes, para fortalecer em todos nós o desejo de agir para eliminar desigualdades. O Brasil de mãos limpas, do qual somos parte, conta conosco!

Mão limpas. by Anabe Lopes. Agosto/2010

sábado, 4 de setembro de 2010

... para ser universal não é preciso situar-se no centro do mundo - Milton Santos

Fui realmente apresentada ao Milton Santos pelo Luis Frota. O Milton, e o Luis também, é um brasileiro extraordinário. Digo é - com relação ao Milton -, porque uma pessoa continua viva enquanto suas ideias inspirarem vida! Há pessoas eternas!!!




Lendo e pensando sobre a “tensão entre o universal e o internacional se encontra na raiz de nossa necessidade de legitimar a cultura brasileira”. Explicitando, dizia ele:



"A questão central que nos ocorre, sobre a nossa interpretação de nós próprios, nesses chamados 500 anos de Brasil, é a seguinte: é possível opor uma história do Brasil a uma história europeia do Brasil, um pensamento brasileiro em lugar de um pensamento europeu ou norte-americano do Brasil, ainda que conduzido aqui por bravos ‘brazilianists’ brasileiros? Não se trata de inventar de novo a roda, mas de dizer como a fazemos funcionar em nosso canto do mundo; reconhecê-lo será um enriquecimento para o mundo da roda e um passo a mais no conhecimento de nós mesmos. Ser internacional não é ser universal e para ser universal não é necessário situar-se nos centros do mundo. Inclusive pode-se ser universal ficando confinado à sua própria língua, isto é, sem ser traduzido. Não se trata de dar as costas à realidade do mundo, mas de pensá-la a partir do que somos, enriquecendo-a universalmente com as nossas ideias, e aceitando ser, desse modo, submetidos a uma crítica universalista e não propriamente europeia ou norte-americana." (apud Maria Luisa Angelin e M. Alexandra Militão Rodrigues. Evoluindo e Gerando Conhecimento.)

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Poema

Tenho sonhos entresguelados e angustiantes
Desejos de construir, com a minhas próprias mãos,
Castelos de areia à beira do mar
E navegar


Tenho uma nave ancorada no porto
Bem perto de onde nascem flores
E revoam borboletas amarelas
Todas juntas e iguais.


Tenho uma flor latejante
No lado direito do meu peito
E uma represa guardada no olhar
Disse-me o espelho
Que são os anos passados
E os que não vão chegar
Os dias hoje convém irrigar!